Release Carolina, de Lorca
O solo CAROLINA, DE LORCA aborda as questões tanto físicas quanto psicológicas que perpassam a vida de uma mulher a partir do momento em que começa a gerar um filho. Seja de forma bem-humorada ou dramática, propões-se a investigar os limites entre amor e obrigação, entre amor e necessidade de amar, entre amor sentido e amor forçado por uma sociedade em constante processo de manipulação da mulher, que usa o corpo feminino pra gerar seja homens para mão-de-obra, seja para gerar felicidade aparente para casais “bem-sucedidos”. Transitando pela “história da maternidade”, discutimos os pontos cruciais que determinaram as mudanças no comportamento materno e na vida da família como um todo. Carolina Correa, atriz e bailarina, se lança ao palco para ceder o próprio corpo recém tornado materno à discussão não tão simples dos vários processos por que passa uma mulher performer, que tem que deixar de lado seu trabalho para se dedicar, ao menos por um tempo, ao exclusivo ofício de ser mãe, que dança suas angústias ora com leveza, ora com desespero, propondo mais indagações que respostas sobre um tema tão complexo e cheio de nuances quanto o FEMININO.
Carolina, de Lorca avança para além da maternidade para tratar da solidão e da espera a que as mulheres, podem estar sujeitas. Yerma e Carolina: dois corpos que se fundem para falar do tempo, do corpo e das marcas do tempo, da biografia, da história nesse corpo, que se rebela e dança, se movendo como turbilhão que precisa ser ouvido hoje, agora, por mulheres comuns e, principalmente, por homens comuns.